A acessibilidade é uma condição básica para a inclusão social das pessoas com deficiências ou que tenham necessidades especiais. Numa sociedade que se diz democrática e respeitadora dos direitos humanos, é justo promover políticas de solidariedade e inclusão, estrutura, capacitação e postura para atendimento, formação, qualificação, acompanhamento e garantia de acessibilidade plena.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
ELES ESTÃO SENDO BARRADOS
Preconceito. Cães-guia em treinamento são barrados em locais públicos de SP - 23/08/2011 às 10h18m; Bom Dia Brasil - O GLOBO
SÃO PAULO - Cães-guia em treinamento estão sendo barrados em locais públicos de São Paulo. O projeto, que vai beneficiar dezenas de deficientes visuais, está enfrentando preconceito na maior cidade do país. Voluntários que precisam levar filhotes de cães-guia para todos os lugares são barrados. Um direito que é garantido por lei, mas parece que ainda não saiu do papel.
O projeto foi lançado pela Prefeitura a dois meses. Este ano, 32 cães-guias devem ser treinados por voluntários. Os animais acompanham os treinadores-voluntários para que se acostumem a locais públicos. A meta, até 2012, é chegar a cem animais treinados por ano.
Eu tive alguns problemas em transporte público, como metrô e ônibus
- Eu saio, venho trabalhar, depois vou dar aula e ela vai comigo, fica do meu lado, não incomoda ninguém. Almoça, janta, vai ao cinema ou ao shopping, tudo comigo. É a extensão do meu braço esquerdo - diz o assessor técnico Luciano Bellocchi, que está treinando Europe, um filhote de labrador.
Dentro de dois anos, Europe vai ser cão-guia de cegos. Ela é um dos 19 labradores que já estão convivendo com os voluntários do programa do Serviço Social da Indústria (Sesi).
Nesta etapa, o filhote precisa se familiarizar com os diversos tipos de ambiente. No escritório, Frontier faz sucesso, brinca com os funcionários e está aprendendo a respeitar o espaço. Para que ele se torne um bom guia, essa convivência é muito importante.
Os cães-guia começam a ser preparados ainda filhotes para serem os olhos de quem não enxerga. A primeira parte do treinamento é feita por pessoas comuns, que socializam os cães.
- Mas eu tive alguns problemas em transporte público, como metrô e ônibus - afirma Luciano Bellocchi.
- No primeiro fim de semana, ele já enfrentou um problema no metrô. Eu cheguei para entrar com ele e os seguranças bloquearam a entrada. Quase depois de duas horas eles autorizaram, desde que dois seguranças acompanhassem o trajeto - contou o publicitário Gabriel Simonati.
- É uma novidade. Os empregados estão acostumados com cães adultos. A gente corrigiu e reforçou essa orientação para todo o quadro de empregados, seja de segurança ou de estação. Essa informação foi repassada para todo mundo - esclareceu Cecília Guedes, chefe do departamento de relações com clientes do Metrô de São Paulo.
- Nós temos uma lei municipal, estadual e federal, e as três garantem o livre acesso do cão tanto guia com o cego, como o filhote em socialização junto com a família em locais públicos - explica Romi Barreto, gerente de saúde do Sesi-SP.
A esperança é que, com uma maior divulgação do projeto, os cachorros possam circular livremente pela cidade. O difícil vai ser se despedir dos labradores. Os voluntários apenas socializam o cão e depois o entregam.
- Eu sei que vai doer bastante o coração, mas como é para um bem maior, é uma dor temporária. Eu sei que ela vai ser muito mais útil para outra pessoa do que para mim - diz Luciano Bellocchi.
- É um mega companheiro em todos os lugares, o tempo todo, 24 horas por dia. Com certeza vai ser difícil largar - reconhece o publicitário Gabriel Simonati.
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