segunda-feira, 16 de março de 2015

TUDO É POR AMOR

G1 FANTÁSTICO Edição do dia 15/03/2015

'Tudo é por amor', diz casal que adotou 5 crianças com deficiência. Dificuldade de cuidar de crianças de idades diferentes e todas com algum tipo de deficiência nunca foi motivo de desânimo para os pais adotivos.




Domingo passado (8), quem viu o Fantástico se emocionou com as histórias de dois casais que decidiram adotar crianças com deficiência. Neste domingo (15), a gente vai conhecer uma outra família, que também dá um exemplo de amor e carinho.

“Quando você toma essa iniciativa de querer ter um filho, tudo é por amor. É por vontade de acolher”, diz Ana Paula.

A Ana Paula e o Ricardo estão juntos há mais de 15 anos. E, desde que se conheceram, tinham uma vontade em comum.

“Nunca pensamos em ter filhos biológicos, sempre já foi: vamos ter filhos, vamos adotar. Quando a ideia de adoção veio, já veio junto com crianças especiais. A gente via essa necessidade deles de receber carinho, de serem aceitos, de terem oportunidades”, conta a fisioterapeuta Ana Paula Amaral Gratão.

Primeiro veio o Sidney. Foi adotado com dois anos e meio. Ele tem Síndrome de Down, é autista e perdeu parte da visão.

“Depois que a gente adotou o Sidney, a gente viu que não era importante ser down. A gente daria conta, mas quando ligaram falando da Clara é um sentimento tão forte que não dá para explicar. Você fala, ‘nossa, é minha, eu tenho que ir buscar essa criança’”, diz Ana Paula.

A Clarinha nasceu sem cérebro. Os médicos diziam que a bebezinha de 11 dias não passaria de um mês de vida.

“Ela viveu quase oito anos. É um caso raro na medicina. E foi muito importante na nossa vida. Ela nos ensinou muita coisa. Depois de muitos anos ela sorriu, aprendeu a sorrir. E era muito gostoso. Era muito gostoso chegar no quarto, falar e ela abrir aquele sorriso. Ninguém sabe nada. Ninguém sabe quanto tempo vai durar a vida. Se ela durar hoje, ela tem que ser uma vida boa hoje”, conta o escrevente Ricardo Augusto Vieira.

A vida da Clarinha foi cheia de alegrias e além do Sidney, ela ganhou mais três irmãos. O Henrique, que hoje tem 13 anos, a Tainara, de 15 e o Guilherme, de 8 anos.

“Nós adotamos todos em dois anos e meio”, diz Ricardo.

A dificuldade de cuidar de crianças de idades diferentes e todas com algum tipo de deficiência nunca foi motivo de desânimo para o casal.

Ana Paula: Quando a gente começou a adotar, a nossa vida financeira não era nada favorável pra você ter filhos. Quando a gente foi buscar o Sidney, a Clarinha, em Santa Catarina, a gente foi com carros emprestados, com gasolina dada de outra pessoa.
Ricardo: Com vaquinha.
Ana Paula: A gente não tinha grana, não tinha dinheiro. Mas tinha muito amor.

É muito difícil encontrar uma família que aceite adotar uma criança com deficiência.

Ricardo: Toda família é especial. Todo filho é especial. Todo mundo tem uma coisa própria, um brilho próprio, um jeito próprio. Adotar uma criança assim é compartilhar isso. É um crescimento muito intenso.
Ana Paula: Dos dois lados.
Ricardo: Dos dois lados. Eu acho que as pessoas precisavam vencer essa barreira da deficiência. Os nossos filhos têm muitas dificuldades, mas eles estão sempre sorrindo. Eles estão sempre alegres, dispostos. Por que a gente seria diferente? Vamos ser diferente junto com eles, alegres também.

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